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Perfil cognitivo no Transtorno de Personalidade Antissocial
Renata Polese, Camila Rosa de Oliveira

Última alteração: 2018-09-03

Resumo


O Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) é caracterizado por um padrão inflexível e de indiferença, além de violação aos direitos dos outros, sintomas esses que surgem na infância ou no início da adolescência. Essas características também acompanham os sintomas e sinais de manipulação e falsidade para com os outros (Association American Psychiatric, 2014). Há poucos estudos sobre o perfil cognitivo dessa população, embora sejam mais frequentes pesquisas sobre aspectos genéticos, alterações nas estruturas cerebrais e características do ambiente associados ao desenvolvimento do quadro (Del-Ben, 2005). Dessa forma, o presente trabalho buscou investigar o perfil das alterações cognitivas em adultos com o TPAS. Realizou-se uma revisão bibliográfica com consultas às bases de dados PubMed, Google Acadêmico, Scielo e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Analisaram-se 14 artigos científicos sobre o tema, dentre eles, seis brasileiros, no período de 2002 a 2015, com indivíduos do sexo masculino, diagnosticados com TPAS e a idade média de 18 a 35 anos, As principais alterações cognitivas encontradas e relacionadas ao TPAS são a capacidade de tomada de decisão, regulação dos impulsos, planejamento e flexibilidade mental (Mendes, Mari, Singer, Barros, & Mello, 2009). A maioria dos estudos incluiu em suas amostras pessoas com diagnóstico com TPAS e controles, ou seja, com ausência de quadros psiquiátricos. O número de participantes com TPAS entre os estudos variou de 21 a 246. Ainda, os participantes identificados com TPAS nos estudos foram recrutados de penitenciárias, ou seja, haviam cometido algum tipo de infração penal e por isso tinham restrição de liberdade. Conclui-se que há necessidade de se realizar mais estudos referente ao perfil cognitivo de indivíduos diagnosticados com TPAS, a fim de ampliar o conhecimento clínico sobre esse quadro diagnóstico bem como para embasar estratégias de intervenções não farmacológicas.


Referências


American psychiatric association (2014). Manual de Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais: DSM-5. (M. I. N. Nascimento, Ed.) (5ª). Porto Alegre, RS: Artmed.

Del-Ben, C. M. (2005). Neurobiologia do transtorno de personalidade antissocial. Psiquiatria clínica 32(1), 27-36.

Mendes, D. D., Mari, J. J. de, Singer, M., Barros, M.G., & Mello, A.F. (2009). Estudo de revisão dos fatores biológicos, sociais e ambientais associados com o comportamento agressivo. Revista Brasileira de Psiquiatria 31(2), 57-58