Última alteração: 2018-10-04
Resumo
Introdução: Técnicas de instrumentação manuais foram utilizadas por muitos anos em Endodontia. Com os avanços atuais no processamento de ligas níquel-titânio, alternativas para instrumentação mecanizada foram introduzidas e estas têm sido consideradas extremamente promissoras1,2. Apesar disto, estudos recentes levantaram a questão de que instrumentos mecanizados poderiam apresentar associado a seu uso um alto custo biológico pela remoção adicional de estrutura dentária remanescente e formação ou propagação de defeitos dentinários existentes3. Logo, esta revisão sistemática teve como objetivo avaliar o papel da técnica de instrumentação endodôntica com diferentes cinemáticas de movimento na formação e propagação de defeitos dentinários radiculares.
Materiais e Métodos: Estudos in vitro comparando a influência de pelo menos duas diferentes técnicas de instrumentação endodôntica na formação e na propagação de defeitos dentinários, indexados até a data de 05 de junho de 2018 no PubMed ou no SCOPUS foram selecionados, sem restrição de idioma e limite de tempo. Dois autores independentemente revisaram todos os títulos, resumos e artigos completos identificados com base em critérios de elegibilidade. Uma análise descritiva dos estudos incluídos e do risco de viés apresentado por estes foi executada.
Resultados: Cinquenta e três artigos preencheram os critérios de elegibilidade. Os resultados foram classificados de acordo com a metodologia empregada para avaliação dos desfechos. A maioria dos estudos que utilizaram a técnica de tomografia micro- computadorizada não evidenciaram formação de novas trincas após instrumentação.
Em contrapartida, a maioria dos estudos que se baseavam em métodos destrutivos, observavam formação/propagação de defeitos. Em relação à região do ápice, quando a instrumentação foi definida com comprimento de trabalho equivalente ao comprimento total do canal radicular, ou 1 mm aquém deste valor, o risco de formação e propagação de defeitos reduziu. Destaca-se que a maioria dos estudos incluídos nesta revisão apresentou baixo risco de viés para todos os domínios avaliados.
Conclusão: Técnicas de instrumentação endodôntica seguindo protocolos específicos de execução não induzem formação e propagação de defeitos na estrutura remanescente dentária.