Última alteração: 2018-10-04
Resumo
Introdução: Atualmente, a utilização de implantes dentários constitui uma terapia de reabilitação altamente previsível e difundida para a substituição de dentes ausentes. Contudo, para o seu sucesso é necessário a integração óssea do implante, que vai depender de fatores relativos ao paciente e ao procedimento cirúrgico1.
Objetivo: O presente trabalho analisou a influência de fatores relacionados ao paciente na sobrevivência ou complicações dos implantes dentários.
Material e Metódos: O estudo foi retrospectivo longitudinal, com uma amostra de conveniência composta por 528 pacientes atendidos na Clínica Odontológica Privada Implantcenter de Passo Fundo – RS no período entre 2003-2017. Os dados foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes e inseridos em uma planilha do Excel. Para a análise dos dados, foram selecionadas as variáveis referentes ao sexo, à faixa etária, às condições sistêmicas do paciente, tratamento periodontal prévio e a localização do implante. Os desfechos avaliados foram o sucesso ou falha dos implantes, e as complicações observadas. A análise estatística foi realizada com o método Kaplan-Meier e regressão de Cox multivariada. Estatística descritiva foi utilizada para reportar as distribuições de frequência das variáveis coletadas.
Resultados: Em pacientes com diabetes foram observadas mais complicações (p = 0,016) e falhas (p = 0,006) do que em pacientes sem diabetes. Paciente tabagista apresentou maior chance de complicação após colocação do implante (p = 0,691), porém em nossa amostra em relação as falhas, o tabagismo não foi um fator de risco. Os outros fatores relacionados ao paciente avaliados, hipertensão, cardiopatia, e uso de bifosfonatos, não foram estatisticamente significativos.
Conclusão: Com base nos resultados obtidos, pode-se observar que a única condição do paciente capaz de repercutir em falha do implante foi o diabetes, no entanto o tabagismo mostrou maior potencial para produzir complicações.