Última alteração: 2017-11-03
Resumo
Introdução: O líquen plano oral (LPO) caracteriza-se por uma doença crônica, autoimune e mucocutânea, com prevalência, que varia de 0,1% a 4%, dependendo da população estudada1. Todavia, nota-se uma forte predileção pelo sexo feminino. Clinicamente o LPO possui características distintas e fáceis de serem identificadas, podendo apresentar-se sob duas formas principais: reticular e erosiva. A forma erosiva apresenta lesões dolorosas, com sensação de queimação e irritação, se manifestando por áreas atróficas e ulceradas frequentemente cercadas por finas estrias radiantes2. Algumas vezes, a atrofia e ulceração do LPO estão confinadas exclusivamente na mucosa gengival sendo denominada de Gengivite Descamativa.
Objetivos: O objetivo deste trabalho foi apresentar um caso clínico de LPO confinado somente ao tecido gengival, bem como a conduta clínica adequada, visando contribuir com o conhecimento do cirurgião dentista sobre os sinais e sintomas desta patologia.
Materiais e métodos: G.A., gênero feminino, 41 anos, foi encaminhada para avaliação estomatológica após tratamentos periodontias sem sucesso para tratar queixa de dor intensa e sensação de queimação nas papilas gengivais e gengiva inserida. Ao exame intra- oral, observou-se lesões atróficas e ulceradas com finas estrias brancas atingindo a gengiva inserida e papilas gengivais nas duas arcadas, com hipótese de diagnóstica de LPO restrito ao tecido gengival. Foi realizada biópsia incisional em duas áreas e o laudo histopatológico confirmou a presença de LPO. Foi prescrito corticoide sistêmico, durante 7 dias e realizada moldagem de placas de clareamento para auxiliar na aplicação do corticoide de uso tópico.
Resultados: Houve melhora no quadro clínico e sintomatológico com o uso da medicação sistêmica. Passados os 7 dias, a dose do medicamento foi reduzida a fim de realizar o “desmame” do corticoide utilizado e a introdução da medicação tópica aplicada nas placas de clareamento.
Conclusões: Conclui-se que o conhecimento dos sinais e sintomas da gengivite descamativa é fundamental para que o cirurgião-dentista possa realizar um diagnóstico correto, evitando assim, intervenções desnecessárias e a progressão da doença.